Se é uma democracia,
por que a água fria?
Por que a força atroz
só para calar a voz?
Com a palavra, o despertar,
e que se cale quem quiser calar
aqueles que querem viver o direito,
enquanto a liberdade se levanta
pedindo passagem, pedindo respeito.
Em dia com a ousadia.
Se é uma democracia,
por que a água fria?
Por que a força atroz
só para calar a voz?
Com a palavra, o despertar,
e que se cale quem quiser calar
aqueles que querem viver o direito,
enquanto a liberdade se levanta
pedindo passagem, pedindo respeito.
Olha o que eu achei,
quanto vale, não sei.
Alguém mandou fazer,
não é coisa de comer.
Tudo que vira lixo sempre foi,
tudo que vale ouro se perdeu.
Que possuir não te possua
nessa oportunidade tua
de ser e de fazer algo bom:
levar o bem, legar o tom.
O maior patrimônio do pai Abraão
não foi a farta terra da promissão,
mas o seu exemplo de confiança
que do Trono angariou a aliança:
uma nova descendência,
a visionária geração.
Ao gosto, a angústia já vai,
o Casamento se aproxima:
dos olhos do Pai
somos a menina
que tem fome de justiça,
que suspira pelo abraço
de quando a realidade de lá
surpreenderá sonhos de cá.
Ela chegou com pedras, metais e poder,
me disse o que era certo fazer
para obter a remissão,
a salvação do meu ser.
Ela mentiu, erigiu um trono,
e enfrentou o dono,
supondo ser mundano o reino
do mais perfeito querer.
Ela não se deu por mim,
não me comprou com sangue,
mas com sangue de inocentes se embriagou,
homicida do princípio ao fim,
assombras cada cidade em que vou.
As pessoas mais simples e puras,
procuras perverter,
procuras convencer
de retidão, de abnegação.
Tua loucura e nudez ficarão evidentes,
quando de repente,
for desmentida sua posição.
Nesta madrugada amaldiçoo
toda enganação, repressão
contra o tesouro de livre
ser, e ser totalmente ser
humano, com direito
ao canto,
ao verso,
ao sonho
de tocar corações,
de falar verdades
e superar limites,
fortalecendo o ferido,
erguendo o enfraquecido
e liberando o fluir
natural da abundância
que está na diversidade
do ser em ação,
quer verbal
ou à mão do bem.
E o mal então
de agora para frente
não mais reterá,
deterá a condição
do sim,
da superação
de quem se é
para a transformação
mútua e sagrada
de quem ama
a justiça,
e acredita no outro,
pois acredita em si.